sábado, 10 de maio de 2014

Repercussão Maio Amarelo na mídia de Petrópolis

http://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2014/05/maio-amarelo-alerta-para-violencia-no-transito-em-petropolis-no-rj.html

10/05/2014 13h05 - Atualizado em 10/05/2014 15h18

'Maio Amarelo' alerta para a violência no trânsito em Petrópolis, no RJ

Ação deste sábado (10) reúne dezenas de pessoas na Praça D. Pedro.
Município registra média de 190 acidentes por mês.

Fernanda SoaresDo G1 Região Serrana
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Maio Amarelo Petropolis (Foto: Fernanda Soares/G1)Com camisas amarelas, parentes de Gabriela panfletaram no Centro (Foto: Fernanda Soares/G1)
A Praça D. Pedro, no Centro de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, amanheceu neste sábado (10) com a cor do sinal de trânsito que alerta sobre o perigo. O Maio Amarelo, movimento que acontece a nível mundial e tem o objetivo de chamar a atenção para os altos índices de acidentes de trânsito, reuniu o grupo que está conscientizando a população. Dentre os participantes, parentes e amigos de Gabriela Alves Torres, morta em outubro de 2013 aos 20 anos em um acidente de carro. Com camisas amarelas e o rosto da jovem estapado, eles abriam a faixa pedindo “atenção pela vida”.
Maio Amarelo Petrópolis (Foto: Fernanda Soares/G1)Fita amarela era colocada na roupa dos
participantes (Foto: Fernanda Soares/G1)
As ações serão realizadas durante todo o mês. Segundo números apresentados pela Coordenadoria de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos sete anos foram registrados quase 16 mil acidentes de trânsito em Petrópolis. A média é de 190,4 ao mês. “Por este cálculo, chegamos a uma ocorrência a cada quatro horas somente no município. Os acidentes no trânsito já são considerados uma epidemia, por isso surgiu o Maio Amarelo”, explicou o bancário Iomar, pai da jovem morta no ano passado.
O objetivo, como conta Iomar, é levar as pessoas a respeitarem a legislação de trânsito. “Os pedestres têm que atravessar na faixa, o motociclista não deve se espremer no meio dos carros ou fazer ultrapassagens arriscadas, e ninguém, jamais, deve dirigir depois de ter ingerido bebida alcoólica”, pede o pai de Gabriela. Ela estava no banco de trás do carro guiado em alta velocidade pelo motorista, que, segundo Iomar, estava alcoolizado. “É preciso punições mais severas para quem tira a vida das pessoas ao volante”, reivindica.
Maio Amarelo Petrópolis (Foto: Fernanda Soares/G1)Sinal amarelo: alerta para altos índices de
acidentes de trânsito (Foto: Fernanda Soares/G1)
Dados do Batalhão do Corpo de Bombeiros de Petrópolis mostram que o índice de acidentes de trânsito aumentou 35% entre janeiro e abril, na comparação feita entre 2013 e 2014. No ano passado, foram registradas 123 ocorrências nos quatro primeiros meses do ano, enquanto este ano, no mesmo intervalo, o número subiu para 169. Somente na quinta-feira (9), três motociclistas foram socorridos nas ruas da cidade. O caso mais grave foi o de Felipe José de Barros Ferreira, de 27 anos, que colidiu com um Siena na Rua Ayrton Senna, próximo ao pórtico do Quitandinha. Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Santa Teresa, ele continua em coma, sedado e em estado grave no CTI.
O deputado federal autor da Lei Seca e presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, Hugo Leal, também participou do movimento que teve caminhada pelo Centro Histórico e simulação de socorro com equipes do Corpo de Bombeiros. "É importante destacar a situação do trânsito não só no Brasil, mas também em cidades como Petrópolis que tem números extremamente altos de acidentes", ressalta.
O presidente da Associação Pró Deficientes, Marcelo da Silveira, revela que em 2013 foram entregues 170 cadeiras de roda e 12 próteses de perna para moradores do município. “Deste total, 70% foram destinadas a vítimas de acidentes de trânsito, a maioria jovens. Tinha um menino de 14 anos”, lamenta Marcelo. Para ele, movimentos como o Maio Amarelo são fundamentais para a luta contra a violência no trânsito. “Para conseguir mudar esta realidade, dependemos mais da atitude de cada um, do que das autoridades. Grande parte dos casos é decorrente da imprudência de motoristas e pedestres”, aponta ele.
Morte de Gabriela foi um dos exemplos usados na campanha
Maio Amarelo Petrópolis (Foto: Fernanda Soares/G1)Morte de Gabriela é exemplo para outros jovens (Foto: Fernanda Soares/G1)
“Eu sempre alertava ela, mas aconteceu”, lamenta o pai. Iomar Torres tem mais um filho, de 26 anos, irmão da vítima. Segundo ele, quando uma pessoa morre ou fica com sequelas por conta de uma batida de carro ou queda de moto, todos são vítimas. “Pai, mãe, amigos e quem fazia ou fez parte do convívio da pessoa, sofre”, ressalta.
O bancário lembra que a relação com a filha era de amizade. “Ela ia no Maracanã comigo, era flamenguista doente. A mãe é tricolor e no domingo (11), Dia das Mães, tem Fla X Flu. Como se não bastasse a data, tudo lembra ela”, diz o pai. A jovem também era bastante ligada ao irmão, que é advogado. “Ela estava no 3º período do curso de direito. Tinha feito prova e ia trabalhar em um banco. Queria seguir a profissão, como eu”, recorda Iomar.
O pai, que também é uma vítima da violência no trânsito, pede aos jovens que tenham mais consciência. “Não façam seus pais passarem pelo que eu estou passando. A gente acha que as coisas não acontecem com a gente e infelizmente isso leva à imprudência”, alerta ele, acrescentando uma frase dita pela mãe da jovem: “A mãe da minha filha diz que temos muito amor para dar para a Gabriela, só que ela não está mais aqui. Então, temos que redirecionar este amor e tem que ser para o próximo. Para que mais ninguém morra vítima de acidente no trânsito”, destacou Iomar Torres.

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